LuXCorpUS

O teu universo em constante trespassar de mim.

sábado, abril 28, 2007

Matemática Existencial

É curioso, mas a vida humana
nunca foi submetida a uma investigação matemática. Vejamos o exemplo
do tempo. Tenho o sonho de fazer a seguinte experiência: aplicar
eléctrodos na cabeça de um homem e calcular que percentagem da sua
vida consagra ele ao presente, que percetagem às recordações, que
percentagem ao futuro. Poderíamos assim descobrir o que é o homem
na sua relação com o tempo. O que é o tempo humano. E poderíamos
com certeza definir três tipos de humanos fundamentais, segundo o aspecto
do tempo dominante para cada um deles. Voltando aos acasos.
Como poderemos falar com fundamento sobre os acasos da vida sem
uma investigação matemática? Só que, como sabes, não há uma matemática existencial.

M.K.
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A Imortalidade

Tinha rompido há oito dias já as minhas botas
Nas pedras dos caminhos...

escreve Rimbaud.
Caminho: faixa de terra sobre a qual se anda a pé. A estrada distingue-se
do caminho não só por ser percorrida de automóvel, mas também
por ser uma simples linha ligando um ponto a outro. A estrada
não tem em si própria qualquer sentido; só têm sentido os dois pontos
que ela liga. O caminho é uma homenagem ao espaço. Cada trecho do
caminho é em si próprio dotado de um sentido e convida-nos a uma
pausa. A estrada é uma desvalorização triunfal do espaço, que hoje não
passa de um entrave aos movimentos do homem, de uma perda de
tempo.
Antes ainda de desaparecerem da paisagem, os caminhos desapareceram
da alma humana: o homem já não sente o desejo de caminhar
e de extrair disso um prazer. E também a sua vida ele já não vê como
um caminho, mas como uma estrada: como uma linha conduzindo de
uma etapa à seguinte, do posto de capitão ao posto de general, do estatuto
de esposa ao estatuto de viúva. O tempo de viver reduziu-se a
um simples obstáculo que é preciso ultrapassar a uma velocidade sempre
crescente.
O caminho e a estrada implicam também duas noções de beleza.
Quando Paul declara que há uma bela paisagem em determindao sítio,
isso quer dizer: se parares o carro, verás um belo castelo do século XV
com um parque ao lado; ou então: há ali um lago e cisnes a nadar
na sua superfície cintilante que se perde na distância.
No mundo das estradas, uma paisagem bela significa: um ilhéu de
beleza, ligada por uma longa linha a outros ilhéus de beleza.
No mundo dos caminhos, a beleza é contínua e sempre em transformação:
diz-nos a cada passo «Pára!»

M.K.
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A Imortalidade

Rilke disse do amor de Bettina: «Um amor assim não precisa de
retribuição, contém em si mesmo o grito de chamamento e a resposta;
presta ouvidos a si mesmo.» O amor semeado no coração dos seres
humanos por um jardineiro dos anjos não precisa de nenhum objecto,
de nenhum eco, de nenhuma Gegen-Liebe (contra-amor, amor retribuído),
como dizia Bettina. O amado (Goethe, por exemplo) não é
nem a causa nem o fim do amor.
Na época da sua correspondência com Rilke, Bettina dirigia também
a Arnim cartas de amor. Escreve numa delas: «O amor verdadeiro
(die wahre Liebe) é incapaz de infidelidade.» Esse amor que não
se preocupa com a retribuição («die Liebe ohne Gegen-Liebe») «procura
o amado sob todas as metamorfoses.»
Se o amor tivesse sido semeado no coração de Bettina não por um
jardineiro angélico, mas por Goethe ou por Arnim, teria desabrochado
nela um amor por Goethe ou por Arnim, amor inimitável, não permutável,
destinado àquele que o semeara, àquele que fosse amado, sendo
por isso um amor assim como uma relação: uma relação privilegiada entre
duas pessoas.
Em contrapartida, aquilo a que Bettina chama «wahre Liebe»
(amor verdadeiro) não é o amor-relação, mas o amor-sentimento: a
chama que uma mão celeste acende na alma de um homem; a tocha
à luz da qual o amante «procura o amado sob todas as metamorfoses».
Um amor assim (o amor-sentimento) não conhece a infidelidade,
porque ainda que o objecto mude, o amor continua a ser a mesma
chama, acendida pela mesma celeste mão.

M.K.
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sábado, abril 14, 2007

Amo-te muito Te amo muy Ich liebe dich sehr I love you very much Ti amo molto Je t'aime beaucoup Ik houd zeer van u

You live under the ilusion that you can fix everything that isn't perfect. (...)
You don't love, you have need.
I'm just another person you feel the need to help.
. .

Aunque no creo en la utilidad del arte, ni creo que deba justificar su existencia por ser un servicio prestado a la sociedad, (...)
M.A.



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domingo, abril 01, 2007

Oh Captain, my Captain!

I once took my life and gained it.
Gained the strength to feel it.

Made the will to live
and the need for freedom.






[missing the courage to take it]

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