LuXCorpUS

O teu universo em constante trespassar de mim.

terça-feira, outubro 27, 2009

Vou tentar alcançar-te pelos meios de que me lembrar.

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É tão bom que existas... Sou perdidamente apaixonada pelo que me fazes sentir e embriaga-me o efeito que surto em ti. Escrevo-te com frequência sem que o saibas porque não envio nem te faço chegar qualquer palavra. Porém, se me contactas, a vontade é de ir ter contigo ao fim do mundo onde me parece que vives. Estás tão longe de mim, estás tão incontactável, deixas-te ficar num tal silêncio que me assustas. Espantas-me.

Tenho medo de te perder, tenho medo de te encher de mim e perder-te porque te canses. Sinto esse receio porque quero de ti com tanta intensidade e tenho quase quase nada...que me assusta a ideia de um dia chegarmos perto e eu não saber deixar-te. Porém...eu sei deixar tão bem! É do que mais faço - perder-me, ir embora, aventurar-me. O meu receio é que me deixes como muitas vezes me abandono eu a mim própria. Porque de mim me perco quando me canso, mas de ti não me canso e receio perder-te.

Na verdade só quero o teu aconchego numa vida comum, ordinária, plagiada de todos os outros humanos de subúrbio. Pouco me importa o local e as condições sociais, desde que sejam os teus braços e seja esse teu corpo naquele lado daquela cama onde me estendo. Que sejam esses teus dedos e esses teus beijos, sempre diferentes, sempre reconhecidos. Desde que me deixes embalar-te, que queiras que seja eu. Que queiras apenas a mim. ...dentro da noção clara de que todos os dias queremos quase todos os milhares de pessoas de quem sentimos a pele, o cheiro e as hormonas em autocarros e calçadas. Que eles alimentem também o nosso fogo.

Depois vem a consciência, a razão. Vem falar-me de solidão e de frio. Vem lembrar-me desaconchego e sensação de fuga, de abandono. Vem falar-me do silêncio, da incerteza, da ignorância total que atormenta até que enlouquece...e sou eu, então, quem fugiu. Cheia de receios, cheia de dúvida, cheia de vontade que entres pela porta daquela galeria e me digas o meu engano. Mas tu nunca passaste aquela porta ou qualquer outra, em tempo útil, para me desenganar. Eu tenho tido sempre razão...

Como é triste. Desilude, arrasta-nos a alma saber que temos razão apenas porque ninguém nos vem desenganar. Tenho sempre a esperança de não estar certa.

A paz não é uma nota sustentada. A harmonia faz-se da conjugação de tudo e há infinitas hipóteses. Estas nossas são algumas, são as que temos tido. Porque não vivemos com as nossas circunstâncias? Porquê as fugas, o desaconchego e o frio? Porquê a sensação de desalojada quando já não estás outra vez?... Para quê, diz-me...

Diz-me...
Apelo-te. Fica aqui comigo para me dizeres, não estejas aí onde não sei sequer se falas e tanto te quero escutar. Quero tanto conversar contigo. De noite, no subúrbio, nos teus braços e nos meus, as nossas palavras.

Equilíbrio, ouvi eu ultimamente, não existe. Saúde mental é sentir o tumulto que nos faz gritar "VIDA" sem saber bem porquê. E isso, meu bem, és tu e eu. És puro desassossego, vertigem e turbilhão e como eu vivo para sentir isso, delicio-me com o efeito que tens em mim. A paz não é uma nota sustentada.

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VIRar o olhO ao contRÁrIo o_O

1 Comentários:

  • Às 2:34 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

    É tão difícil. Mas consigo tocar-te, só de imaginar o teu cheiro. E fecho com frequencia os olhos, cada vez que a saudade aperta.

     

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