LuXCorpUS

O teu universo em constante trespassar de mim.

domingo, janeiro 22, 2006

Les Trois Couleurs - Bleu

Ainda que eu fale as línguas
dos homens e dos anjos, se não
tiver caridade, sou como bronze que
ressoa, ou como címbalo que tine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a
ciência, ainda que possua a fé em plenitude,
a ponto de transportar montanhas,
se não tiver caridade, nada sou.
Ainda que distribua
todos os meus bens em esmolas e
entregue o meu corpo a fim de ser queimado,
se não tiver caridade, de nada me
aproveita.
A caridade é paciente, a caridade é
benigna, não é invejosa; a caridade não
se ufana, não se ensorbece,
não é inconveniente, não procura
o seu interesse, não se irrita, não suspeita
mal, não
se alegra com a injustiça, mas rejubila
com a verdade. Tudo desculpa, tudo
crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade nunca acabará. As
profecias desaparecerão, as línguas cessarão
e a ciência findará. Porque a nossa
ciência é imperfeita e a nossa profecia
também é imperfeita. Mas quando
vier o que é perfeito, o que é imperfeito
será abolido. No tempo em que eu
era criança, raciocinava como criança;
mas, quando me tornei homem, eliminei
as coisas de criança.
Hoje vemos como por um espelho,
de maneira confusa, mas então veremos
face a face. Hoje conheço de maneira
imperfeita: Então, conhecerei exactamente,
como também sou conhecido.
Agora subsistem estas três: a fé,
a esperança e a caridade; mas a maior
delas é a caridade.
I Cor 13
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VIRar o olhO ao contRÁrIo o_O

segunda-feira, janeiro 02, 2006

...e não só

I think men will remember us even hereafter.
Sapho


In doubt I am, I have two minds,
I know not what to do.


Come, O come, divinest shell,
And in my ear all thy secrets tell.


Then lightly, in an enfolding garment I sprang.


Come now gentle Graces, and fair-haired Muses.


What rustic girl bewitches thee,
Who cannot even draw
Her garments neat as they should be,
Her ankles roundabout?

[uma flauta]



Towering like the singer of Lesbos among men of other lands.


Neither honey nor bee for me.


With rosy cheeks and glancing eyes and voices sweet as honey.
[Philostratus says that this indeed is Sappho's sweet salutation]

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VIRar o olhO ao contRÁrIo o_O

Sim… Não…

As mãos eram leves.
Ela concentrava-se para as sentir.

Estava deitada de costas. Imóvel.
Não o via, não o ouvia.
Os gestos mais que sentidos. Pressentidos.

Ele respirava baixinho, para que nada quebrasse o silêncio e nenhum som ou movimento a distraísse das mãos, da pele.
Ficou em silêncio também, não deixando escapar um suspiro que fosse. Não lhe dando a mínima indicação do que sentia.
Não lhe facilitando a tarefa.

Fingia que dormia … Ele fingia que acreditava.
Fingia que não o sentia … Ele fingia que não via o rasto, o arrepio que nascia na pele e marcava o caminho percorrido.
Fingindo que não a sabia presa ali, nos gestos, no toque, nas mãos.

Ele ousou mais, provocou-a mais, pressionou a pele, a carne. Demorou-se nos locais que ele sabia a fariam assumir o suspiro, o desejo.

Ela sentiu o peso do corpo sobre as costas.
Mesmo assim não abriu os olhos.

A língua dele molhou-lhe a orelha, os dentes mordiscaram-na.
A frase gargalhada ao ouvido: - Fingida!


V A

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